“Nenhuma espécie se
dedica, com tanta tenacidade, à realização de sua desgraça, à destruição dos
seres e das coisas; nenhuma pratica com tanta obstinação a violência e o
assassinato individuais e coletivos; nenhuma trata suas crias com tamanha
incoerência, descuido e até crueldade; nenhuma sujeitou suas fêmeas durante
tanto tempo. Assim, por mil razões, o homem se tornou um animal louco”.
André Bourguignon -
História Natural do Homem
De fato, o ser
humano é o único que mata impiedosamente os membros da sua espécie, não para
aplacar a fome, mas por motivações supostamente autotranscendentes como a
família, a pátria, a religião – fatores que a Natureza desconhece. Este é um
comportamento inquestionàvelmente patológico.
Nossa propensão às
guerras religiosas, patrióticas ou ideológicas, nosso vício pelas intrigas,
separatividade, o domínio e a manipulação, sempre se manifestou, independente
dos avanços nas civilizações. Aos primeiros clamores de tresloucados líderes, a
massa se inflama e parte para defender família, pátria, dinheiro – e até Deus -
sacrificando a própria vida. Sempre dispostos a matar o diferente, pessoas que
sequer conhecem. Defendem sua opinião e todos os opositores de seus interesses
são declarados inimigos.
As noções abstratas
de família e pátria incitam à violência e os que melhor matam e dominam são
aclamados e venerados como heróis. Apesar dos esforços filosóficos, culturais e
religiosos desde o início da civilização o comportamento e os impulsos
permaneceram inalterados. Acumulando riquezas, não raro de forma ilícita,
poucos refletem sobre o propósito da vida e a maioria insiste em ignorar a sua
finitude.
Impregnados de
profundo antropocentrismo e teocentrismo, seriamos uma abençoada espécie criada
a imagem divina que atingiu o objetivo final de todo um processo cósmico para
dispor do planeta e, quiçá, das vizinhanças do sistema solar. Fomos educados na
convicção de sermos o pináculo de um processo evolutivo, o resultado de uma
convergência de antecedentes que se plasmaram com a única finalidade de parir
essa espécie “eleita” e criada “sob os à imagem do divino”. Às demais espécies
animais e vegetais restaria o honroso desígnio de nos servir.
A Terra se formou
há cerca de 4,5 bilhões de anos. As bactérias surgiram há cerca de 3,8 bilhões
de anos, habitando sozinhas durante os primeiros 2 bilhões de anos. Os
organismos multicelulares só apareceram há 700 milhões de anos. Há 550 milhões
de anos ocorreu a explosão cambriana marcando o início do reino animal
aquático, tendo as espécies vegetais surgido há 400 milhões de anos. Há 280
milhões de anos surgiram os dinossauros, resultando nas aves 60 milhões de anos
mais tarde. Nesta época surgiram também os primeiros mamíferos. O homo
sapiens passou a compartilhar a Terra com outras espécies de hominídeos há
pouco mais de 150 000 anos e a elas sobreviveu. Já teremos daqui desaparecido
milhões de anos antes que o sol se consuma, incendiando a Terra.
Somos, portanto,
nada mais especial do que uma dentre as muitas espécies que o planeta hospedou
e talvez ainda hospedará.
Relutamos em
aceitar como normal a esquizofrenia de uma origem divina embotada pelas
artimanhas mentirosas de uma espécie assassina, gananciosa, corrupta,
egocêntrica e desrespeitosa que nas suas permanentes disputas não hesita em
cometer até o infanticídio. São características nossas, que as chamadas
“bestas” da espécies animais não demonstram.
Dotados, por um
lado, de genial capacidade para resolver problemas de sobrevivência e por
outro, a incapacidade de superar problemas individuais, de ser feliz e de
preservar o ambiente que nos sustenta, destruindo estruturas vivas que levaram
bilhões de anos para se formar. Parecem ignorar que cada vida aniquilada jamais
poderá ser substituída. Apesar da inteligência abstrata e todo um cabedal de
experiência, nosso cerne sempre permaneceu inalterado. Porque deriva de um
fator genético.
Estamos, pela nossa
genética, incapacitados de incorporar as regras morais ditadas pelos esforços
religiosos. A questão não é comportamental, pois a História comprova que esse
tipo de repressão ou adestramento acaba explodindo de forma ainda mais selvagem
e visceral.
Muitos cientistas
que inicialmente aceitavam sem relutância a versão darwinista da evolução, à
falta dos necessários elos que comprovariam as fases de transição entre as
espécies, também estão convencidos de que o homo sapiens , tendo surgido
“pronto” na face da Terra, foi resultado de um experimento genético promovido
por inteligências alienígenas.
Atualmente, também
correntes ligadas ao esoterismo mencionam com frequência a presença de um
código genético reptiliano presente em certas elites da espécie humana. Seria
originário da implantação de genes de seres provenientes de mundos
extraterrestres. Examinando a espécie humana como um todo, diríamos que esse
código não se restringe às elites dominadoras, mas a toda a espécie humana,
pois as características reptilianas, avêssas as noções de paz e solidariedade
tem estado presentes em todos os estágios das mais diversas civilizações, em
todos os tempos, desde sempre.
Daí proviria a
dicotomia que nos faz capazes de atos de extrema abnegação e compaixão – nossa
essência Divina - até ímpetos da mais brutal e indiferente selvageria - herança
reptiliana.
Aqueles que detém o
poder político tem estado preocupados em dominar e conhecer o mundo exterior,
inclusive alimentando a pretensão de desbravar / explorar outros planetas,
quando sequer temos conseguido dar conta dos problemas que geramos aqui.
Enquanto isso, o nosso interior, nosso sentido do Eu Sou, nossa mente eterna
permanece relegada a um plano adormecido na ilusão da separatividade. Seus
cuidados acabam entregues a terapeutas e medicamentos.
É preciso uma
alteração profunda na mente para que uma transformação se concretize.
A proposta é,
portanto: deflagrar uma ação imediata e efetiva para reparar o genoma
individual, implantando uma Nova Consciência, sem resquícios de ímpetos
reptilianos.
A Ciência costuma
dizer que os seres, individualmente, mutam mas não evoluem. Nascem, crescem,
reproduzem-se e morrem. O que evoluiria seriam as espécies. Entretanto, se nos
basearmos na ressonância magnética da Teoria dos Campos Mórfogênicos, (v.artigo
anterior), no atual estagio em que nos encontramos, nós não somos unidades
distintas num meio fragmentado. É possível que ocorra uma filtragem da seleção
natural de mutantes genéticos individuais influenciando e alterando o meio que
estiver em sintonia e conectado.
Baseado no exposto
no artigo anterior, trata-se de uma tarefa perfeitamente possível para quem se
empenhar com vontade e disciplina.
Segundo Aldous
Huxley, “O homem é a natureza que tomou consciência da sua própria existência”.
Portanto, o caminho é assumirmos a responsabilidade do nosso processo
evolutivo, partindo do espiritual. Essa nossa pulsão de morte, identificada por
Freud como sendo de cunho estritamente biológico, dificilmente será resolvida
pela cultura, mas sim pela Inteligência Espiritual.
Só ela, alterando a
sequencia dos comandos que possibilitarão as modificações estruturais do Ser,
pode nos tornar os agentes da nossa própria evolução.
Só ela, num estudo
consistente voltado para o autoconhecimento, pode abrandar e anular esses
arroubos de disputa, egoísmo e agressividade que não se alinham com a nossa
natureza Divina. Só ela pode nos transformar a ponto de evitar nossa inevitável
extinção, antes mesmo que tenhamos atingido nosso completo apogeu nesse tempo
aqui na Terra.
Só ela é capaz desenvolver
nossa potencialidade real para podermos usufruir da inestimável oportunidade do
milagre da Vida, sendo felizes e pacíficos nesse planeta de beleza deslumbrante.
É trabalhando
individualmente na mutação rumo à Nova Consciência que pretendemos nos inserir
no projeto de uma Nova Era na Terra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário