ELIANE HAAS

ELIANE HAAS

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quinta-feira, 20 de junho de 2013

SOBRE A CURA

Na visão corrente, a cura consistiria na remoção definitiva e, quase sempre miraculosa, de algum mal estar físico ou psíquico.

Na tradição cristã ela costuma ser fruto da intervenção direta de Deus ou de alguém por Ele delegado. Costuma vir como resposta a um pedido fervoroso.

Com a influência da filosofia oriental e seus conceitos de karma e dharma, o conhecimento sobre os chakras e nossos vários corpos, a atual visão quântica que nos reconhece como seres de energia - surgiu uma nova mentalidade sobre a cura, onde sequer caberia o papel do curador.


A verdadeira cura é a autocura. O “facilitador” da cura apenas sinaliza caminhos que poderão ser aceitos e percorridos voluntàriamente.
O cérebro é o HD que comanda o nosso corpo físico, regulando e equilibrando todas as funções bioquímicas. Ele é a sede física dos nossos pensamentos, emoções e palavras. Ele roda os programas que geram não só as emoções positivas como também o permanente monólogo sobre raivas, frustrações, mágoas, irritações, ciúmes, invejas, carências, enfim... toda uma coleção de emoções negativas que vão se acumulando e comprometendo um órgão ou sistema que, muitas vezes por conta da alimentação inadequada, já esteja debilitado. Todas as doenças são apenas respostas do nosso organismo a nossa atividade mental/emocional.


Somos os únicos responsáveis por tudo o que nos afeta, positiva ou negativamente.


Nossas emoções são portas abertas para tudo que lhes é afim. Sementes que florescerão de acordo com a sua própria espécie.


Cientes de que tudo o que pensamos e fazemos traz consequências para os nossos corpos, o fortalecimento do nosso sistema imunológico depende de nós mesmos. No entanto, se isto é teòricamente muito simples, sua prática consiste em trabalho persistente e treinamento disciplinado.
O Trabalho de Cura como concebemos no Céu da Águia Dourada parte de exercícios de autoexame e práticas que permitem a observação, com distanciamento e isenção, das questões ligadas a todos os aspectos negativos que nos envenenam os corpos e acabam, invariàvelmente, afetando o físico.
Não se trata de uma ação única e definitiva. Se as causas que levaram à doença, da natureza que for, persistem, ela retornará.
A cura é um processo contínuo de descondicionamento e reeducação psíquica. Um processo individual e responsável de amor a si próprio, que não se desfaz da noite para o dia, uma vez que nossos hábitos estão arraigados há anos e, por vezes, há décadas.
São instruções específicas direcionadas à prática cotidiana, com progressos, retrocessos e vitórias, rumo à transformação.


Não há cura sem transformação – e a transformação é o desabrochar, contínuo e cada vez mais evidente, do nosso Ser Divino. Há que se querer sinceramente, pois, conforme se sabe, nossa mente é soberana e ardilosa. Muitas vezes, nosso ego declara determinada intenção enquanto, ìntimamente está se autossabotando. As mudanças, além de difíceis, doem. É bem mais fácil permanecer na zona de conforto, vitimizando-se e esperando por uma solução externa – que nunca virá.


À medida que nos permitimos manifestar o Ser Divino que fomos planejados para ser, os vícios, medos, contrariedades e ansiedades do ego vão cedendo lugar a uma nirvânica felicidade. Isso é cura.


terça-feira, 18 de junho de 2013

A IMPECABILIDADE COMO VALOR ÉTICO

Retomando o tema Impecabilidade, abordado no contexto dos Compromissos Toltecas, faltou ressaltar o seu aspecto primordial, que é a coerência.
Coerente é aquele que realiza exatamente aquilo que prega, ou melhor ainda, que não acaba fazendo exatamente o que critica nos outros. 
Se a palavra tem poder, o exemplo é o melhor professor. 
Se o exemplo é um livro aberto, examinar o que a pessoa tem a apresentar como resultado da sua trajetória de vida, é o meio mais seguro meio de avaliação quando precisamos interagir com alguém.

O primeiro ponto absolutamente lamentável para um Buscador da Luz é querer parecer e até tentar convencer os outros daquilo que não é. Quem “é” verdadeiramente, não precisa se exaltar. Quem necessita propalar seus poderes e alardear suas virtudes é porque estes não estão tão evidentes e se encontram, talvez, encobertos por tenebrosa sombra.
É perigoso começar enfeitando aqui, exagerando ali...e quando se apercebe, a pessoa acaba acreditando na sua criação mascarada, entalada num monte de mentiras. Isto é o pior que se pode fazer, não aos que fingem acreditar, mas a si própria.
Quem “é” verdadeiramente está tão envolvido pelo Poder Divino que não tem a pretensão de se ombrear com o Absoluto ou se outorgar alguma posição privilegiada na Sagrada Hierarquia.

Outro entrave na jornada do Buscador da Luz é, encantado com as maravilhas vivenciadas no seu próprio caminho, tornar-se sectário e desvalorizar os outros.

Há 300 000 anos habitamos este planeta e milhões foram os que ascenderam, evoluindo espiritualmente nos mais diversos caminhos. Portanto, não há um só, nem um melhor. Há apenas apropriados.
A competitividade foi um programa implantado e até certo ponto útil perante a sobrevivência no plano físico, nos primeiros tempos da nossa vida na Terra. Para a evolução espiritual é nociva, pois traz em si a semente da separatividade e da pseudo superioridade de uns contra outros, da ganância, do egoísmo e da falta de solidariedade que, ao final, nos afoga a todos. Em plena era da globalização, “o que acontece a um reflete em todos” - é algo que pode ser comprovado no dia a dia.

O terceiro tropeço na senda da Espiritualidade é a manipulação. Mal o Buscador se apercebe de uma pequena conexão com o Poder Absoluto ( o que nada tem de excepcional, pois todos somos partes Dele) já começa a querer ser superior e manipular o outro. A vontade de um ser humano é sagrada, pois a nós foi concedido o livre-arbítrio. Se até o Poder Divino respeita a nossa vontade, ameaçar veladamente, coagir e influenciar não são atitudes adequadas a quem se pretende um veículo deste Poder.
Essas observações se destinam ao verdadeiro todo Buscador da Luz, todo aquele primordialmente comprometido com o aprimoramento do seu Ser, para se tornar um cada vez mais transparente canal do Divino - que se resume no que entendemos por Espiritualidade.