As Danças Circulares Sagradas sempre estiveram presentes desde o início da história da humanidade. As pessoas dançavam em roda para agradecer colheitas, celebrar estações, brincar, comemorar, rezar, meditar, confraternizar, enfim, para sintonizar a força da união que o grupo tem quando dança em roda.
Por isso as Danças Circulares abrangem todos os povos e épocas, nas mais diferentes culturas, desde os ritos mais sagrados e tradicionais, até as compostas atualmente, criadas por coreógrafos que consideraram os benefícios que o movimento dançado em roda é capaz de proporcionar ao ser humano inserido na coletividade.
Dançar em roda traz a liberdade de dançar sem o compromisso de erro e acerto, saber ou não, ter talento ou não, ter esse ou aquele corpo. Simplesmente dançar porque é uma delicia sentir a música impregnando o Ser. Cada corpo tem a sua própria dança. A possibilidade de unir diferenças e singularidades, pois todos são importantes para fazer a roda girar. A invocação do sentimento de comunhão e acolhimento de mãos que se tocam fechando uma corrente.
O coletivo faz a roda girar inscrevendo mandalas no espaço. As mandalas arcaicas que, segundo Jung, possuem a capacidade de agregar as diferentes partes ao Todo.
O grande pioneiro moderno que pesquisou e coletou danças étnicas “ redescobrindo” e sistematizando as Danças Circulares Sagradas foi o bailarino e coreógrafo Bernhard Wosien (1908-1986). Seus primeiros experimentos desta arte foram realizados em Findhorn – Escócia (1960). Faz parte deste movimento a sua parceira na dança clássica, Friedel Kloke, que contribuiu com coreografias atuais de belíssimas mandalas coletivas. A filha de Bernhard Wosien, Marie-Gabriele Wosien é pesquisadora dos mitos e religiões e com seu entusiasmo e conhecimento vem mantendo viva a tradição das Danças Circulares. As filhas de Friedel Kloke, Nanni e Saskia também compartilham dessa vocação, realizando workshops no mundo inteiro.
Atualmente a grande aldeia global Terra conta com muitos grupos que se reunem para dançar em salões, praças, praias, jardins.
Grande parte dos males da sociedade atual advém da desconexão do ser humano com os ciclos da natureza, esquecendo-se de que é parte integrante dela. Portanto, relembrar o corpo-natureza faz parte do nosso trabalho. O ser humano que se sente e que se escuta, percebe o seu bem-estar e onde reside o seu mal-estar. Assim, esta é uma considerável forma de prevenção.
Cientificamente, sabemos que a dança mobiliza o sistema nervoso e neste, a conexão das sinapses e a ativação dos neurotransmissores capazes de liberar substâncias químicas como a serotonina, a dopamina e a acetil-colina.
Exemplificando fisiologicamente, concluímos que a felicidade, o bem-estar e as funções psíquicas superiores - pensamento, raciocínio e memória - estão intimamente relacionadas à ativação dos neurotransmissores acima citados. Por outro lado, a inativação dos mesmos, reverbera nas doenças que assolam a nossa sociedade, como stress, depressão, TOC, Parkinson e Alzheimer, dentre outras.
A dança se apropria do instrumento-corpo no tempo e espaço, proporcionando a integração da funcionalidade, da sensibilidade, da emoção, da memória gestual, dos reflexos do corpo humano - por meio dos movimentos dançados.
Dando prosseguimento à linhagem de Friedel Kloke, estamos realizando um curso livre de Danças Circulares Sagradas, com música étnica de diversas culturas, na Escola Angel Vianna /Rio de Janeiro. Não há pré requisito além de querer dançar. As danças são simples e se comunicam diretamente com o coração – que sempre responde com alegria.
Escola Angel Vianna – R.Jornalista Orlando Dantas 2 – Botafogo
3as e 5as – das 17:30h às 19h 21 / 2551 0099
1x por semana - mensalidade R$ 80,00
2x por semana - mensalidade R$ 100,00
Vanessa Matos - focalizadora do Curso, formada pela Escola de Dança do Teatro Guaíra, Curitiba/PR, é licenciada em Dança e pós graduanda em Metodologia pela Faculdade Angel Vianna. Trabalha com aulas de dança, inclusive para pessoas especiais. vanematosr@gmail.com