ELIANE HAAS

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quarta-feira, 1 de setembro de 2021

AONDE NOS LEVOU O LIVRE-ARBÍTRIO

O exercício do Livre-Arbítrio é uma faculdade que nos foi concedida na nossa atual experiência como humanos na superfície do planeta Terra. Segundo a tradição judaica, que tanto influenciou o mundo ocidental, D`us concedeu ao ser humano essa liberdade para escolher, e nela não interfere. O filósofo Maimonides (em Shemonah Perakim) destaca que a única coisa que não está sob o poder Divino é o livre-arbítrio, confirmado em diversas situações bíblicas, como por exemplo, no crime de Caim, no episódio do dilúvio, em Sodoma e Gomorra. A Torah relata “e ordenou o Eterno ao homem: de toda árvore do jardim podes comer. Da árvore do conhecimento do bem e do mal, não comerás porque no dia em que dela comeres, morrerás”.(Bereshit II-16/17). E depois que Adão e Eva comeram do fruto daquela árvore, “maldita é a terra por tua causa. Com fadiga comerás dela todos os dias da tua vida. Espinho e pedras produzirá para ti. Com suor do teu rosto comerás pão, até voltares para a terra, pois dela foste tomado: porquanto tu és pó e ao pó as de tornar” (Bereshit III – 17/18/19) Dessa linguagem simbólica se apreende que a desobediência em comer do fruto daquela árvore e suas consequências, acarretaram a nossa experiência existencial no plano tridimensional de matéria densa, sujeita a todo tipo de dor, sofrimento, medo e um desgaste que a leva à “morte”, ou seja, decomposição, finitude. Por meio desse livre-arbítrio praticamente forçado por um ato de desobediência, nos vimos inseridos na Roda de Samsara – a roda das reencarnações, como consequência da Lei de Causa e Efeito – o Carma. O reverso da moeda dessa experiência foi o Véu do Esquecimento que nos envolve na sequencia das reencarnações, que nos faz resvalar pelos mesmos descaminhos, tornando tão difícil a Evolução de Consciência Espiritual que desse círculo vicioso nos libertará. A ilusão da liberdade de escolha da espécie humana foi responsável por várias características perniciosas da espécie humana, as quais, quando delas nos tornamos conscientes, tentamos abandonar. Embora a Lei Cármica tenha, de certa forma, controlado o relacionamento dos humanos entre si e perante os outros Reinos da Terra, o fato é que a presença humana, com seu livre-arbítrio, tem atentado contra a Vida, o equilíbrio do Planeta e do seu entorno. Nossas escolhas, ao longo da História, tem sido sempre as piores e, como consequência, provocado sofrimento e destruição. Essa contaminação vem atingindo limites inaceitáveis e a evidente Transição para uma transmutação efetiva nas Leis que regem a nossa Terra, vem sendo demandada e efetuada gradativamente. Da mesma forma que, como bem atesta o relato bíblico, essa horda de Seres para aqui veio cumprir sua experiência reencarnatória, daqui deverá partir caso não se proponha a se adaptar a nova Lei, que não é do livre-arbítrio, mas de harmonia e submissão às Leis Cósmicas. Muitas Almas estão cansadas dessa aventura desastrada e prontas para ingressar em patamares superiores de Consciência, dissolvendo as fronteiras do ego, da personalidade, seus quereres de instinto descontrolado e frustrações, que nos apartam da Fonte Criadora. Essa Fonte Criadora de onde provem, segundo o modelo holográfico, nosso Eu Superior. Então exerceremos, pela última vez, nosso livre-arbítrio no rumo de uma Evolução verdadeira, aprendendo o exercício da cooperação e do compartilhamento, alinhados à serviço dos propósitos do Logos Planetário.