ELIANE HAAS

ELIANE HAAS

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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A LEI DO CARMA

Carma vem do sânscrito Karma, que significa ação. É a Lei de Causa e Efeito , o supremo poder que rege todo o Universo e, por conseguinte, as reencarnações no planeta Terra. Não castiga nem recompensa – é apenas conseqüência, pois toda ação – em qualquer nível ou dimensão - gera uma reação.

Opera de forma semelhante às leis da Física. Se, por algum motivo, atiramos uma grande pedra para o ar, por ignorância ou displicência, quem estiver sob a sua trajetória, sofrerá o acidente. Nosso ato de atirar a pedra acarretará um efeito, no caso desagradável, sobre nós. A Lei do Carma opera de forma semelhante e cada um de nossos atos ou pensamentos são causas que reverterão em inevitáveis efeitos, agradáveis ou não ( aí vai depender da intenção ), sobre nós. Ela se manifesta também em relação a todos os seres vivos e, consequentemente, ao planeta Terra.

O resultado das ações humanas com relação à Terra já estão se materializando na forma de efeitos que estamos presenciando.

Conforme mencionado no artigo anterior, não os corpos que acompanham o físico, mas o ego individualizado que, em sua Divina Essência, é que pode se tornar imortal. Sendo ele o que escolhe o seu destino com os efeitos das causas cármicas produzidas em vidas anteriores, é também quem sobrevive através das várias encarnações.

A Lei Cármica em si, não beneficia nem pune. O ser humano é quem cria e materializa as causas. A Lei apenas ajusta os efeitos, numa tentativa de restaurar a harmonia primordial.

Como Lei absoluta e eterna no âmbito da manifestação, respeita o livre-arbítrio que foi concedido à espécie humana nesta nossa opção de encarnarmos na Terra. Como liberdade exige responsabilidade, ficamos submetidos à Lei de Compensação que, visando a harmonia cósmica, é a Lei que rege o “dar e receber”. Cada vez que nossos pensamentos ou atos interferirem e descompensando a harmonia cósmica, teremos que restabelecer o equilíbrio por nós afetado.

A sabedoria egípcia ilustrou muito bem esta Lei da Compensação com o símbolo da deusa Maat com a balança. Um dos pratos da balança representa o "bem", os bons atos humanos, as atitudes harmonizadas com as Leis Cósmicas da evolução. O outro prato representa o "mal", os atos que contrariam a harmonia prevista para a humanidade ou o Universo. Do ponto de vista cósmico, a balança tenderá ao equilíbrio quando o prato do bem, da harmonização cósmica, tiver mais peso que o prato do mal, da desarmonia - ou seja, quando o ser humano estiver harmonizado, e predominantemente positivo em seus pensamentos e atos, agindo de forma cooperativa, solidária, tolerante e amorosa com seus semelhantes e consigo mesmo.

Sempre que o "mal" começar a pesar mais, ou seja, quando estivermos predominantemente desarmonizados, negativos, intolerantes, rancorosos, vingativos, invejosos, egoístas, vaidosos, pouco cooperativos com nossos semelhantes e conosco, a balança tenderá ao desequilíbrio. Em ambos os casos, estaremos incorrendo em Carma, que será favorável quando estivermos harmonizados e desfavorável quando ferirmos a harmonia.

Nosso Carma favorável se reverterá em saldo positivo nesta ou na próxima encarnação. Já o negativo tenderá a nos trazer um destino desfavorável, cheio de impasses, limitações e dificuldades diversas. Neste caso, a balança só retornará ao equilíbrio quando, além de reconhecermos que a forma de agir foi inadequada, compensarmos esses malefícios. Só então o sofrimento cármico se consumirá, desaparecendo.

A literatura esotérica menciona os Senhores do Carma, que seriam agentes do Carma, “escrivães” que registram cada palavra e cada ação no “Livro da Vida”.

Na literatura yorubá de Ifá, esta função seria do orixá Orunmilá, testemunha da criação, ou seja, da manifestação, projetando na objetividade o plano cósmico sobre o qual as Divindades Criadoras atuam. Poisso, é Aquele que , detendo o conhecimento eterno e total, responde quando solicitado a aconselhar através do oráculo.

Num enfoque mais atual, poderíamos dizer que o Carma de cada Ser estaria registrado numa espécie de HD universal, submetido a uma programação implacável que ninguém, nem o arrependimento nem um hipotético “perdão” têm o poder de “deletar”, uma vez que, como Lei, obedece ao princípio da Infabilidade Divina, Justiça e do Equilíbrio universais.

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Um comentário:

jorgemautone disse...

Cara Eliane
A figura do julgamento do papiro de Any que ilustra essa postagem demonstra bem o nosso dia-dia.
Todos os dias estamos plantando o que vamos colher nessa e nas próximas existências.Uma vez que dentro de nós habita uma centelha divina que denominamos Paramatmã, Ori Inú, Divina presença eu sou, Espíritop Santo, etc. nos auto-julgamos de maneira consciente ou até mesmo inconsciente e assim temos a resposta do cosmos.
Também concordo que não existe castigo na lei do Karma, mas respostas as nossas condutas.