ELIANE HAAS

ELIANE HAAS

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domingo, 1 de julho de 2012

JUDAISMO x CRISTIANISMO - DIFERENÇAS

No momento presente em que, através de algumas entidades religiosas como a Congregação Judaica do Brasil, se evidencia uma abertura na difusão do Judaísmo, surge também o interesse sobre essa religião. São perguntas pertinentes a essa matéria que procuraremos responder com o presente artigo. Embora o Cristianismo tenha surgido no seio do Judaismo, as lideranças que estabeleceram os seus dogmas romperam com suas origens, criando uma religião baseada em crenças bem diversas.
1 . Para o Judaismo todos os seres humanos são filhos de Deus em condições iguais, não contando com privilégios e merecedores de amor e auxílio, independente de crerem Nele ou não.
Não se considera “certo” nem vincula o fato de ser judeu a ser automaticamente uma pessoa melhor que as outras ou alcançar, quando morrer, um status especial. Pelo contrário, considera a possibilidade de qualquer um viver de forma ética, independente da sua opção religiosa. Ninguém é “maldito”, menos “filho de Deus” ou discriminado negativamente por pertencer a esta ou aquela religião.
Não se considerando o único caminho para uma eventual “salvação”, não há motivo para existir no Judaismo a prática do proselitismo (conversão). Ser judeu significa apenas ser guardião de uma mensagem Divina, devendo, como tal, servir de exemplo para o restante da humanidade. Considera-se privilegiado por ser o guardião dessa mensagem, mas esse privilégio implica apenas em maior responsabilidade.
O Judaismo não acredita que pessoas não-judias estarão fadadas a “ir para o inferno” ou que judeus serão beneficiados simplesmente por pertencerem a essa tradição religiosa. O que conta é a conduta individual e assim, o Judaismo apenas acredita oferecer uma melhor oportunidade para que o indivíduo conduza a sua vida dentro de princípios éticos.
2. Sob a visão judaica, os seres humanos não nascem inteiramente bons ou maus. Existem inclinações e o livre-arbítrio para fazer suas escolhas, decidindo por si mesmos como agir e, de acordo com a escolha, obter merecimento. Há a possibilidade de aprender e evoluir espiritualmente.
Não existe no Judaismo a ideia de que as pessoas dependam da interferência de terceiros para obter benesses. Não há tampouco a crença num “pecado original”, uma mácula do mal que as pessoas tragam consigo ao nascer e que deva ser removida através de algum ritual ou pelo reconhecimento de que esse estigma do mal, o “pecado de ter nascido da carne”, será removido pelo reconhecimento da morte sacrificial de Jesus.
Para o Judaismo não há a possibilidade de alguém expiar as falhas de outros, pois cada um é responsável por si. Se para os cristãos não há outra forma de “salvação” a não ser através de Jesus, para os judeus ninguém é capaz de invalidar os mau-feitos humanos e a única maneira de se alcançar bênçãos divinas é através das suas atitudes. Ninguém pode assumir a responsabilidade pelo outro, pois isso iria contra a ideia de justiça, tão presente no Judaismo.
3. Sendo o Judaismo uma religião predominantemente ética, os rabinos e estudiosos concentraram-se mais na condução da vida na Terra do que na vida pos-mortem. As questões que envolvem esse tema e de que forma as pessoas seriam punidas ou recompensadas ao término da vida na Terra, encontram enfoques variados, de acordo com as inúmeras correntes dentro do Judaismo.
Alguns consideram que, sendo Deus infinitamente pleno de amor e misericórdia, não poderá haver punição eterna, que a reabilitação será um desfecho óbvio e que a punição deverá ser proporcional ao sofrimento causado a outros, quando em vida. Correntes ligadas à mística judaica concebem a ideia da reencarnação.
4. O aspecto fundamental do Judaísmo é a noção do monoteísmo, ou seja, a ideia de um único Deus, Supremo Criador de todo o Universo. Não pode admitir, portanto, o conceito da Santíssima Trindade (onde Deus é composto de Pai, Filho e Espírito Santo) ou de que Deus possa ter encarnado na Terra – após seus quatro bilhões e meio de existência e em meio a trilhões de galáxias - na pessoa de um filho predileto, que formaria com Ele uma só divindade.
Para o Judaismo isso invalida a noção de monoteísmo, mesmo que a Trindade ou que Deus-Pai e Deus-Filho sejam, através de um “mistério” inquestionável e inexplicável, declarados um só Deus.
O monoteísmo judaico considera como premissa primordial que Deus é Um, singular, primeira e única Força criadora e destruidora.
5. O ponto crucial que separou judeus e cristãos, causando tanta perseguição ao longo dos últimos dois milênios, marcando os judeus com o estigma da “estranheza” e o de “não pertencer” ao resto da humanidade cristã (a única digna de ser abençoada por Deus) é Jesus.
As religiões cristãs baseiam-se na crença de que Jesus é o Filho dileto de Deus e o Messias salvador de almas, Deus encarnado em matéria que veio à Terra para assumir os pecados dos seres humanos, livrando-os – sòmente àqueles que aceitarem a sua divindade única - para todo o sempre, das suas responsabilidades.
Para os judeus Jesus foi um grande mestre e mago, como qualquer outro ser humano pode se tornar e tão divino quanto qualquer ser humano é. Na visão judaica todos os seres viventes são filhos de Deus e nenhum é Deus-filho.
Só Deus tem a capacidade de interferir nos destinos humanos e a única maneira de absolver pecados é buscando o perdão e uma possível reparação através do arrependimento e não incidindo nos mesmos erros.
O Judaismo não pode aceitar a possibilidade de uma ressurreição da carne, uma vez que a matéria é perecível e constitui apenas um veículo transitório para a vida na Terra.
Para os cristãos Jesus substituiu a Lei judaica entregue a Moysés através de revelação Divina, como instruções de conduta. Para os judeus os mandamentos e a própria Lei são irrevogáveis.
Para os cristãos Jesus é o Messias anunciado pelos profetas bíblicos. O Judaismo não reconhece a chegada do Messias à Terra, porque, de acordo com essas profecias, Ele implantaria uma era de paz e total entendimento entre os povos, fazendo com que “as espadas se transformassem em arados”.
Como isso não ocorreu – muito pelo contrário – as guerras e até disputas religiosas recrudesceram pelas mãos das próprias instituições cristãs, Jesus não pode ser reconhecido como o Messias prometido.
O Messias pode vir a ser, inclusive, não uma pessoa, mas o símbolo de uma Nova Era.

Um comentário:

Ivani Medina disse...

A maior diferença está aqui

http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/e-o-mundo-ocidental-quase-foi-judeu