O jovem Mestre budista Lama Michel Rinpoche, por quem nutro profunda reverência e gratidão, destaca cinco poderes fundamentais a serem cultivados por quem deseje se preparar de modo a assegurar experiências auspiciosas no pós-morte e encarnação futura.
O
segundo é o da Aspiração consciente, focada na intenção de desenvolver uma
identidade em níveis profundos, capaz de transcender a experiência sensorial,
com gratidão mas sem apego a esse útil veículo que é o corpo físico. Um veículo
que deve cumprir da melhor forma possível sua função importante, mas transitória.
O
terceiro poder trata da Oposição aos venenos mentais que, antes de nos permitir
extravasar descontentamento perante situações incômodas, nos fazem muito mal.
O
pior que podemos fazer a nós mesmos é alimentar durante a vida, sob os mais
variados pretextos, e morrer refém dessas emoções negativas.
Raiva,
ódio, vingança, dúvida, medo, inveja, ciúmes, egoísmo... são emoções que
envenenam, antes de tudo, a nós mesmos e devem ser dissolvidas imediatamente
após detectadas. Todas as artimanhas e pretextos para justifica-los precisam ser
criteriosamente desmantelados.
Não
se trata aqui de bondade, mas auto-preservação, pois as consequências podem nos
adoecer. Perante a grandeza da Vida na eternidade, são frutos de miudezas que não
valem à pena.
Em
seguida, temos no quarto poder a ser cultivado, a Oração. Seu valor e eficácia
são reconhecidos por todas as vertentes da Espiritualidade. Nesse caso, não se
trata de formular pedidos ou fazer promessas, mas plasmar na imaginação (imagem
em ação) aonde se quer chegar, o direcionamento para os objetivos além da
transitoriedade dessa vida atual, sempre visando ideais de equilíbrio, amor,
alegria e aprendizado que conduz à Sabedoria.
O
poder da Prece é direcionar nossa mente para o que imaginamos de mais positivo,
em todos os âmbitos.
Por
último temos o poder da Capacidade de nos familiarizarmos no dia a dia com
gratidão, fé, respeito, compaixão,
correta visão. Cientes de que tudo ocorre como deve ser e obedece à supremacia de um
Comando Superior, na hora e na medida em que deve ocorrer.
Dessa
forma podemos sedimentar com fé e tranquilidade, incorporando aos nossos corpos
superiores os estados virtuosos de amor e sabedoria agora, no momento da transição
da morte e posteriormente.
Todas
essas instruções do Lama Michel me alegraram com sincero otimismo porque
coincidiram com insights e compromissos por mim assumidos, nos últimos tempos, perante aprendizado com a nossa Sagrada Mestra
Ayahuasca/Daime. Não visando especificamente o pós-morte, mas as conquistas na
batalha cotidiana.
Essa
coincidência de princípios comprova que o caminho para as esferas superiores da
Espiritualidade é um só. Não admite atalhos, subterfúgios, privilégios ou
protecionismo. É Trabalho individual, árduo e vigilante no dia a dia, caindo e
levantando, errando e acertando, sempre acabando por superar obstáculos, de
forma definitiva.