Nessa busca frenética perante o farto “cardápio” da Nova Era, muitos se filiam a entidades das mais diversas tradições, colecionam um vasto leque de experiências ( por vezes até paranormais) e acabam esquecendo que a Espiritualidade autêntica, “que verdadeiramente conta”, não é formal, mas consciencial.
No afã de poder ostentar uma grande quantidade de iniciações e títulos, galgar posições hierárquicas nas instituições esotéricas, receber honrarias e cargos, a pessoa acaba se esquecendo que o cerne da evolução espiritual, mais do que grandes conhecimentos e poderes, é o aperfeiçoamento do caráter.
Esta é a intenção à qual direcionamos nossos Trabalhos no Céu da Águia Dourada. Na intimidade do nosso Ser, que a Sagrada Ayahuasca tão bem desvela, tomamos plena consciência dos defeitos e falhas que se repetem indefinidamente e entravam a nossa Caminhada ascencional. Não se trata de doutrina. É um processo de iluminação da Consciência para superar os obstáculos que, por vidas e vidas, nos mantém a amarrados na mesmice.
À partir desse autoexame – que só ocorre se a pessoa se disponibilizar verdadeira e honestamente a enxergar o âmago do seu Ser– sem pretextos ou justificativas, partimos então para o programa ininterrupto de observação dos pensamentos, emoções e atitudes. Podemos dizer que então entra em ação, como aliado, o Vigilante Silencioso.
Alguns podem objetar que existe uma certa rigidez nesse procedimento. De fato, é uma tarefa árdua, que requer Vontade e Concentração, mas esta é apenas a nossa sugestão e cada um é livre para optar pelo processo a que melhor se adéque.
O primeiro passo é manter o pensamento sob estrito controle e atenção, inclusive afastando associações nocivas. Através de substituições podemos retornar ao foco quando o propósito se desvia.
Observar, tomando distanciamento, para não se deixar desequilibrar e afetar por questões que lhe afetam mas não lhe pertencem, já que são transitórias e não inerentes ao seu Eu Superior.
Através desse exame verificamos que muito pouco nos pertence realmente.
É um processo que exige paciência, pois se desenvolve de forma instável, com evoluções e pequenos retrocessos. Porém, as pequenas vitórias são aquisições perenes e fontes de verdadeira felicidade, que levaremos eternidade afora.
Nas nossas práticas aprendemos a não temer assédios externos, cientes de que nossos piores inimigos são gerados por nós mesmos, através dos nossos vícios mentais e comportamentais.
A melhor forma de combatê-los é procurar manter o equilíbrio, cultivando qualidades, parando de ceder e alimentar defeitos que podem parecer insignificantes, mas que acabam tomando proporções bastante comprometedoras e difíceis de abolir quando o hábito se torna vicioso.
No Planeta Terra nos encontramos todos, mais ou menos, no mesmo nível, todos enfrentando a mesma difícil e árdua batalha interna. Quem ensina também é um aprendiz. Nosso Bem maior é a Consciência Espiritual, a certeza do Eu Sou, essa pequenina e grandiosa bagagem que levaremos quando desse plano tridimensional partirmos.