ELIANE HAAS

ELIANE HAAS

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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

PREPARANDO A BAGAGEM ESSENCIAL

Todos nós, envolvidos com a Espiritualidade desde tenra idade e encarnados no planeta Terra nesse momento crucial de Transição, de um modo geral demonstramos grande pressa em saltar etapas e poder sair daqui tendo uma evolução consistente a apresentar. 
Nessa busca frenética perante o farto “cardápio” da Nova Era, muitos se filiam a entidades das mais diversas tradições, colecionam um vasto leque de experiências ( por vezes até paranormais) e acabam esquecendo que a Espiritualidade autêntica, “que verdadeiramente conta”, não é formal, mas consciencial. 
No afã de poder ostentar uma grande quantidade de iniciações e títulos, galgar posições hierárquicas nas instituições esotéricas, receber honrarias e cargos, a pessoa acaba se esquecendo que o cerne da evolução espiritual, mais do que grandes conhecimentos e poderes, é o aperfeiçoamento do caráter. 
Esta é a intenção à qual direcionamos nossos Trabalhos no Céu da Águia Dourada. Na intimidade do nosso Ser, que a Sagrada Ayahuasca tão bem desvela, tomamos plena consciência dos defeitos e falhas que se repetem indefinidamente e entravam a nossa Caminhada ascencional. Não se trata de doutrina. É um processo de iluminação da Consciência para superar os obstáculos que, por vidas e vidas, nos mantém a amarrados na mesmice. 
À partir desse autoexame – que só ocorre se a pessoa se disponibilizar verdadeira e honestamente a enxergar o âmago do seu Ser– sem pretextos ou justificativas, partimos então para o programa ininterrupto de observação dos pensamentos, emoções e atitudes. Podemos dizer que então entra em ação, como aliado, o Vigilante Silencioso. Alguns podem objetar que existe uma certa rigidez nesse procedimento. De fato, é uma tarefa árdua, que requer Vontade e Concentração, mas esta é apenas a nossa sugestão e cada um é livre para optar pelo processo a que melhor se adéque. 

O primeiro passo é manter o pensamento sob estrito controle e atenção, inclusive afastando associações nocivas. Através de substituições podemos retornar ao foco quando o propósito se desvia. Observar, tomando distanciamento, para não se deixar desequilibrar e afetar por questões que lhe afetam mas não lhe pertencem, já que são transitórias e não inerentes ao seu Eu Superior. 
Através desse exame verificamos que muito pouco nos pertence realmente. É um processo que exige paciência, pois se desenvolve de forma instável, com evoluções e pequenos retrocessos. Porém, as pequenas vitórias são aquisições perenes e fontes de verdadeira felicidade, que levaremos eternidade afora. Nas nossas práticas aprendemos a não temer assédios externos, cientes de que nossos piores inimigos são gerados por nós mesmos, através dos nossos vícios mentais e comportamentais. 
A melhor forma de combatê-los é procurar manter o equilíbrio, cultivando qualidades, parando de ceder e alimentar defeitos que podem parecer insignificantes, mas que acabam tomando proporções bastante comprometedoras e difíceis de abolir quando o hábito se torna vicioso. 


No Planeta Terra nos encontramos todos, mais ou menos, no mesmo nível, todos enfrentando a mesma difícil e árdua batalha interna. Quem ensina também é um aprendiz. Nosso Bem maior é a Consciência Espiritual, a certeza do Eu Sou, essa pequenina e grandiosa bagagem que levaremos quando desse plano tridimensional partirmos.