Conforme o texto bíblico, trata-se de um Ser tendencioso, ciumento e vingativo que, por conta de uma desobediência jogou a humanidade no planeta Terra, entregue a um destino aleatório, onde a capacidade de resignação de alguns menos favorecidos é testada, enquanto aos “eleitos” uma fácil trajetória plena de benesses é concedida. Aliás, um planeta no qual as demais espécies lhe foram submetidas - já que “criadas” para o seu deleite - o que serviu como carta branca para uma catastrófica destruição da Natureza, conforme estamos presenciando no atual momento.
Um “deus” que, nas suas preferências, ao final de 300 000 anos da espécie no planeta, destaca um filho “dileto”, elevando-o ao patamar divino. Para os cristãos, condiciona a “redenção” de toda a humanidade posterior à simples crença e aceitação dessa sua “condição divina”. Para os judeus, ela está vinculada à chegada de um “messias” que, num passe de mágica, transformará em bem todo o mal que assola a vida na Terra.
Independente das ressalvas que nos façam os cabalistas, estamos aqui nos referindo às escrituras bíblicas – da Torah e dos Evangelhos - de domínio público, independente de interpretações esotéricas que não estejam em concordância total com o acima citado, porém inexpressivas, pois restritas ao estudo hermético de minorias.
Realmente, são pontos de vista tão fantasiosos que, não apenas cientistas estudiosos do Universo, como qualquer ser humano dotado do mínimo discernimento espiritual recusa-se a compartilhar. Neste caso, quem não aceita essa artimanha despropositada que vai contra todas as Leis Universais, prefere se apartar, acaba declarado – e até prefere declarar-se - “ateu”.
No entanto, o novo tempo de maturidade que se avizinha vem popularizar cada vez mais a concepção sempre ensinada pelas tradições espirituais arcaicas na Terra – aquelas que seguiram suas vias próprias. Que apesar de perseguidas conseguiram prosseguir alheias ao domínio das religiões formais, cultivando tradições ancestrais.
Em níveis de consciência mais sutis, concebe-se uma Mente Absoluta e Infinita como o Princípio Cósmico Universal , raiz de tudo e que tudo engloba em perfeita harmonia e equilíbrio, do qual tudo procede e, ao final do grande ciclo do Ser, tudo será absorvido. (o que agora está previsto pela astrofísica).
Trata-se de um Divino que é Vida e movimento , detectável em todos os átomos do Cosmos material, como também nas dimensões (que a Matemática já confirmou) que não conhecemos. Trata-se, não de um “criador”, mas de uma Potência Onipresente e Onisciente. O Eterno evolucionário e não-criador, que se desdobra à partir da própria essência.
A esfera sem circunferência, a Lei única que impulsiona toda a manifestação . Lei imanifestada, porque Absoluta - e que em seus períodos de manifestação é o Eterno vir a ser.
Assim considerando, fica difícil imaginar que alguém familiarizado com algumas Leis do Cosmos ou com as maravilhas do fenômeno Vida no plano terrestre, não se emocione e preste reverência a essa Inteligência Suprema que tudo harmoniza com absoluta perfeição e permeia essa imensidão infinita.
É curioso observar que, justamente os povos ancestrais, pagãos – portanto idólatras primitivos e apegados a crendices atrasadas, concebiam o Divino de forma bem menos simplória do que a religião que lhes sucedeu como unanimidade no mundo ocidental. O “Grande Mistério” reverenciado pelos índios norte-americanos coincide muito mais com essa concepção de um Infinito Poder Universal do que com a imagem antropomórfica de um “senhor” que, em meio a trilhões de galáxias, mantém vigilância permanente no cotidiano de cada ser humano aqui na Terra.